Das luzes, enxergo a escuridão de suas sombras.
Da noite, seu luar envolvente e sedutor.
Vou prosseguindo.
Às vezes seguindo o coração, às vezes seguindo algo algum.
A mente se desprende da realidade numa viagem infinita.
Um olhar fixo. Milhares de movimentos entrelaçados de sentimentos e sensações jamais sentidas.
Olho pro tempo e descubro que a madrugada é minha fiel companheira.
Inspira-me numa troca mútua enquanto a inspiro.
Aceitei seu convite e fomos então juntos para a caminhada da vida.
Ainda não senti o gosto da tristeza ao teu lado.
Tenho medo de coisas que nunca tive outrora.
Pensava nunca ser capaz de tantas demais.
Falamos dos planos nunca pensados.
Julgamos um sentimento virgem.
E o contaminamos com a impureza da razão.
Na cauda de um cometa peguei carona. O pouso de emergência resultou em uma aterrissagem perfeita.
Andamos entre as folhas caídas do outono passado, e acabamos deixando um rastro.
Quando olhei para trás não acreditei na distância que já havíamos percorrido.
Foi um tempo muito rápido.
Ele me diz que é difícil viver as verdades do mundo.
Ele me diz que nem sempre posso sonhar acordado.
Ele me diz que o fracasso anda lado a lado com a vitória.
Ele me diz o mesmo sobre alegria e tristeza.
Ele me diz que é uma questão de escolha.
Ele me diz que já está na hora de acordar.
Ele...
Entre a lógica e a incerteza, aquecendo seus raios...
Bom dia!
Junior
Um comentário:
Mesclamos sim, sonhos, desilusões, amor, ódio, raiva, ternura. Vivemos nesse turbilhão de paradoxos infinitos. Nem sempre seguir o coração é algo bom. Há pessoas de coração ruim, de coração vazio, aliás, sem coração, este órgão que coordena as nossas vibrações mais sensíveis.
Companheira da madrugada, nossa alma viaja no tempo, na vaguidão inexplicável dos nossos pensamentos mais fantasiosos.
Viver é arriscar. Pelo sim, pelo não, pela alegria pela inevitável tristeza, melhor se for pela alegria.
Viver, pensar, julgar. Vida de pequeno príncipe a observar os cometas, a imaginar sua direção, a sua origem, a sua vida de cometa no interior de um nada, cercado por coisa alguma. Vida de cometa é solidão. É passagem rápida por algum lugar indefinido. É ausência. Mas é também percurso. Quantas pessoas, coisas e histórias deixamos nessa passagem. Sejamos todos cometas, mas que nosso rastro seja de amor, em vez de dor. que nossos corações sejam cheios, em vez de vazios. Que nosso mundo não tenha apenas uma rosa enclausurada na redoma de vidro, mas muitas rosas libertas no seu habitat natural, porque só assim a verdadeira face do amor aparece, predomina e ultrapassar as desventuras da solidão.
Bruna Letícia
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