Que geração é essa?
Micaretas
Festas Rave
Maracanã
Paradas Gay
Eventos nas praias
Coca-cola? Que nada.
É a minha geração.
É a “geração orkut”.
Poderia ser a “geração msn”.
Talvez a “x-tudo”.
Mas que não luta, sonha ou almeja absolutamente “x-nada”.
A palavra utopia foi extinta de vossos dicionários.
Os jovens nascem, recebem uma educação peculiar ao status social de sua família e... nada.
Ainda aqueles que são beneficiados pela exceção da regra na educação no Brasil, não possuem uma qualidade ( no sentido equilíbrio sócio-cultural) mínima esperada pela sua formação.
O que é ser um cidadão?
É somente votar (o exercício “máximo” da cidadania) nas eleições? Seria somente pagar os impostos em dia? É estudar nas melhores escolas, tirar as melhores notas e depois passar num vestibular para uma universidade pública? É só olhar para o meu umbigo?
O que é, afinal?
Currículos com várias especializações e estudos no exterior. Línguas e mais línguas. O “boom” dos idiomas e do “fast-food” universitário. E o português? Vai mal, obrigado.
Passaportes carimbados. Fotos e mais fotos. Sempre fotos. Disputas de megapixels. Para no final, entupirem as suas “vitrines virtuais”. Meu mundo está ali. Acessem: www.orkut.com/meu_mundo_é_esse. Caso queira saber qual é a minha tribo, acesse as minhas comunidades. Enfim, não é tão difícil. É só me procurar lá.
Por falar em procura, não precisa pensar e nem ter muito trabalho, se o google não achar é porque não existe.
A tal revolução virtual.
Críticas contrárias? Não. Palmas!
Milhares são os benefícios por conta dela. Porém, como toda revolução pode acarretar “efeitos colaterais” por uso excessivo, com essa não foi diferente.Infelizmente.
E antes? Como era?
Woodstock
Movimento Hippie
Movimento Estudantil
Então é feita aquela bela pergunta:
“Mas e daí, algo mudou?”
Aos olhos pragmáticos, não. Absolutamente nada. Foram só manifestações de “rebeldes sem causa”. Mas aos olhos daqueles que sonham, daqueles que ousam descobrir um real sentido para a existência humana nesse mundo, dos que aprenderam a simples diferença entre existir e viver, sim. Muitas coisas mudaram.
Por que escrevo tudo isso sobre a minha geração?
Porque é esse o sentimento que me consome após chegar de uma noitada, uma festa ou qualquer um desses eventos que reúnem milhares de jovens e não existe um sentido “real”, uma causa ou um sonho (que seja) para estarmos ali com nossas diferenças, mas com um algo em comum.
Não. Nada disso ocorre.
É pegar a chave do meu carro, chamar a minha tribo, escutar a trilha sonora do meu mp3, fazer preces para que nada aconteça, curtir, mais rezas para a volta e pronto. Depois vou para minha faculdade, conto como foi o meu “finde” e pergunto se alguém já sabe se as provas estão marcadas. Não se pode deixar de estudar, tudo bem que seja somente nas vésperas da prova, só pra passar. Mas não importa. O importante é me formar no tempo certo que o curso demanda. Já tenho em mente toda a minha vida. Vou fazer tal pós, aquele mba e um intercâmbio lá na Europa (mais fotos para a minha vitrine!). Vou esquentar a minha cabeça com mais o quê?
Meu país está uma merda? O mundo está derretendo?
Essas são causas que “nunca vão mudar”. “O mundo é assim desde que existe”, “desde que me entendo como gente essas coisas sempre foram faladas e nada mudou, não adianta”.
As mesmas respostas prontas.
Essa é a minha geração.
Faço parte de todo esse universo descrito acima. Vivencio diariamente. Não sou um exemplo, nem muito menos o certo diante do errado. Não existe isso.
Apenas sinto uma grande angústia no meu interior quando paro pra pensar nisso tudo.
É maneiro curtir, ser careta, ser aloprado, ser o que quiser. Mas, e o sentido?
É tão difícil conseguir mesclar diversão, responsabilidade, amor e consciência?
É a pergunta que não sai da minha cabeça.
Assim também como outra:
“O sonho acabou ou acabaram os sonhadores ?”
Junior
Micaretas
Festas Rave
Maracanã
Paradas Gay
Eventos nas praias
Coca-cola? Que nada.
É a minha geração.
É a “geração orkut”.
Poderia ser a “geração msn”.
Talvez a “x-tudo”.
Mas que não luta, sonha ou almeja absolutamente “x-nada”.
A palavra utopia foi extinta de vossos dicionários.
Os jovens nascem, recebem uma educação peculiar ao status social de sua família e... nada.
Ainda aqueles que são beneficiados pela exceção da regra na educação no Brasil, não possuem uma qualidade ( no sentido equilíbrio sócio-cultural) mínima esperada pela sua formação.
O que é ser um cidadão?
É somente votar (o exercício “máximo” da cidadania) nas eleições? Seria somente pagar os impostos em dia? É estudar nas melhores escolas, tirar as melhores notas e depois passar num vestibular para uma universidade pública? É só olhar para o meu umbigo?
O que é, afinal?
Currículos com várias especializações e estudos no exterior. Línguas e mais línguas. O “boom” dos idiomas e do “fast-food” universitário. E o português? Vai mal, obrigado.
Passaportes carimbados. Fotos e mais fotos. Sempre fotos. Disputas de megapixels. Para no final, entupirem as suas “vitrines virtuais”. Meu mundo está ali. Acessem: www.orkut.com/meu_mundo_é_esse. Caso queira saber qual é a minha tribo, acesse as minhas comunidades. Enfim, não é tão difícil. É só me procurar lá.
Por falar em procura, não precisa pensar e nem ter muito trabalho, se o google não achar é porque não existe.
A tal revolução virtual.
Críticas contrárias? Não. Palmas!
Milhares são os benefícios por conta dela. Porém, como toda revolução pode acarretar “efeitos colaterais” por uso excessivo, com essa não foi diferente.Infelizmente.
E antes? Como era?
Woodstock
Movimento Hippie
Movimento Estudantil
Então é feita aquela bela pergunta:
“Mas e daí, algo mudou?”
Aos olhos pragmáticos, não. Absolutamente nada. Foram só manifestações de “rebeldes sem causa”. Mas aos olhos daqueles que sonham, daqueles que ousam descobrir um real sentido para a existência humana nesse mundo, dos que aprenderam a simples diferença entre existir e viver, sim. Muitas coisas mudaram.
Por que escrevo tudo isso sobre a minha geração?
Porque é esse o sentimento que me consome após chegar de uma noitada, uma festa ou qualquer um desses eventos que reúnem milhares de jovens e não existe um sentido “real”, uma causa ou um sonho (que seja) para estarmos ali com nossas diferenças, mas com um algo em comum.
Não. Nada disso ocorre.
É pegar a chave do meu carro, chamar a minha tribo, escutar a trilha sonora do meu mp3, fazer preces para que nada aconteça, curtir, mais rezas para a volta e pronto. Depois vou para minha faculdade, conto como foi o meu “finde” e pergunto se alguém já sabe se as provas estão marcadas. Não se pode deixar de estudar, tudo bem que seja somente nas vésperas da prova, só pra passar. Mas não importa. O importante é me formar no tempo certo que o curso demanda. Já tenho em mente toda a minha vida. Vou fazer tal pós, aquele mba e um intercâmbio lá na Europa (mais fotos para a minha vitrine!). Vou esquentar a minha cabeça com mais o quê?
Meu país está uma merda? O mundo está derretendo?
Essas são causas que “nunca vão mudar”. “O mundo é assim desde que existe”, “desde que me entendo como gente essas coisas sempre foram faladas e nada mudou, não adianta”.
As mesmas respostas prontas.
Essa é a minha geração.
Faço parte de todo esse universo descrito acima. Vivencio diariamente. Não sou um exemplo, nem muito menos o certo diante do errado. Não existe isso.
Apenas sinto uma grande angústia no meu interior quando paro pra pensar nisso tudo.
É maneiro curtir, ser careta, ser aloprado, ser o que quiser. Mas, e o sentido?
É tão difícil conseguir mesclar diversão, responsabilidade, amor e consciência?
É a pergunta que não sai da minha cabeça.
Assim também como outra:
“O sonho acabou ou acabaram os sonhadores ?”
Junior